About my decision | Motivações
Claramente a decisão é o passo mais difícil tomar. A partir daí é só trabalho administrativo, eventos de despedida e esbanjamento de dinheiro.
Posso dizer que durante cinco meses (contando com feriados, fins de semana, pontes e tolerâncias de ponto) estive a pensar seriamente se deveria dar o passo e arriscar. E, com isto, surgem as motivações que provocaram a decisão, hoje, mais acertada de todas as decisões acertadas que por aí são tomadas.
Enumero-vos as principais... e depois vocês avaliam se há alguma que vos possa colocar na rota de uma aventura deste género, da maior que já alguma vez terão (sim, eu sei, tenho ouvido muitas vezes "ah, não, eu agora tenho a maior aventura de sempre que é ser pai".. não refuto, obviamente, a destreza necessária para manusear fraldas usadas.. toda a legitimidade, é uma grande aventura.. e não é necessário levar tantas vacinas e visitar tantas embaixadas). Agora algumas motivações:
Posso dizer que durante cinco meses (contando com feriados, fins de semana, pontes e tolerâncias de ponto) estive a pensar seriamente se deveria dar o passo e arriscar. E, com isto, surgem as motivações que provocaram a decisão, hoje, mais acertada de todas as decisões acertadas que por aí são tomadas.
Enumero-vos as principais... e depois vocês avaliam se há alguma que vos possa colocar na rota de uma aventura deste género, da maior que já alguma vez terão (sim, eu sei, tenho ouvido muitas vezes "ah, não, eu agora tenho a maior aventura de sempre que é ser pai".. não refuto, obviamente, a destreza necessária para manusear fraldas usadas.. toda a legitimidade, é uma grande aventura.. e não é necessário levar tantas vacinas e visitar tantas embaixadas). Agora algumas motivações:
- Sair da 'zona de conforto': querer desafiar o estado 'normal' das coisas, a chamada 'normalidade permanente e constante' que sempre existiu, em que tudo sempre correu bem, sempre corre bem: amigos, família, emprego. Funciona mais como a eliminação da capa invisível que nos protege, toma conta de nós desde sempre;
- Contra o "ca-se-vai-andand'ismo": essa corrente de vida que se caracteriza pela ausência de eventos e intersecções interessantes, novas, empolgantes, associadas a novas situações que comunicam com a nossa vida e que poderiam ser responsáveis por deixar de dizer ou ouvir dizer o tão português: "humf, cá se vai andando...tudo na mesma", quando somos interpelados por um "eeeh, então e novidades?";
- As perspectivas de vida (Portugal vs Rest of the World...or some of it, at least): Existe um problema estrutural na máquina produtiva portuguesa (não é redundante dizer que estou a falar de fraca produtividade) que, aliado a um enraizamento grande na sociedade de que deve trabalhar horas a fio até à exaustão, provoca um sentimento comum alargado de que se vive para trabalhar (ao invés de se trabalhar para viver). De facto, das viagens que já fiz, conheci pessoas muito interessantes, com uma perspectiva de vida completamente diferente, oposta mesmo. Reconheço um grande síndrome de flat-line que caracteriza a macro-atitude (de médio/longo prazo) das pessoas de cá, perante a vida e o modo como é considerado suficiente as passagens pelas várias etapas da vida (em breve apresentarei aqui o FLLA - The Flat-Line Life Approach, para os mais académicos).
- O 'Ir para fora': Nunca fiz Erasmus (uma espinha de peixe-espada na garganta), nunca trabalhei fora, nunca senti esse desafio. "The time is now" (como diz Róisín Murphy)
- Viajar é fascinante: Tive oportunidade de realizar uma série de viagens desde interrails, a roadtrips, a viagens pontuais ou outras com outras propósitos específicos (assistir a um espectáculo,por exemplo). Reconheço que a acumulação de experiências, vivências, o contacto com outros ambientes, culturas, pessoas é uma fonte de riqueza pessoal imensa que, claramente, me irá acompanhar para sempre, agora que a descobri (Energias renováveis)! Agora reconheço muito mais o valor de uma experiência que, do modo que seja, marca, muda, influencia uma pessoa, mais do que o valor das coisas que nos rodeiam diariamente, muitas vezes representativas de um conforto que muito apela à inércia e nos atira para rotinas desinteressantes; No mapa ao lado, os destinos que visitei antes desta grande aventura.
- O Timing certo: Um factor importante, que, caso não se conjugue com os restantes, pode trazer algumas dores de cabeça e sessões de quebra-cabeças adicionais. Inserem-se aqui questões relacionadas com 'obrigações conjugais' (clean, as of now!), mudança de ecossistema (casa, por exemplo) e existir um ponto de decisão em que é possível reflectir os desafios profissionais e a sua concretização numa fase posterior.
Se padeces de algum destes sintomas, atenção, és bem capaz de estar no grupo de risco das pessoas com efectiva propensão a embarcar numa estirada para outra província!